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Reflexos de um Ótimo Retorno: Vítor Belfort

Logo após a impressionante vitória por nocaute técnico sobre Rick Franklin no UFC 103 do dia 19 de setembro, Vítor Belfort comentou sobre o tipo de vibração que ele sentiu em seu retorno ao UFC. Não era para menos, depois de quase cinco anos afastado do Octagon, o fenômeno estava de volta e com um estilo que o consagrou em 1997, as mãos rápidas. Para o atleta de 32 anos o sentimento da vitória teve um algo a mais.

"Para mim foi indescritível a vibração," disse Vítor. "A minha história, a história do UFC e a própria história do esporte hoje, com o UFC, foram coisas que eu senti naquele momento (depois da luta), onde eu pude unir tudo isso. O UFC demonstrou um carinho enorme por mim, e não somente eu, mas todos nós devemos a organização por ela ter colocado o MMA no lugar que eles está."

Vítor, que teve três fases (contando com a atual) distintas dentro do UFC, compara suas atuações nestes períodos diferentes da carreira com o nascimento dos filhos.

"Cada filho que você tem é um emoção maravilhosa, cada momento que tive no UFC foi ótimo,” ele disse. "E desta vez, mesmo com toda a experiência adquirida, foi diferente por toda a expectativa em volta de mim. Veja a classe de peso deste meu retorno, contra quem e o que esperavam , e tudo foi executado com perfeição. Não tenho o que falar só agradecer a Deus pela oportunidade."

As mesmas mão rápidas que deram cabo de Rich Franklin em pouco mais de 3:00min do round inicial vieram com um tempero diferente nesta re-estréia de Vitor no UFC. Uma postura ala Lyoto Machida chamou a atenção daqueles que aguardavam o tradicional estilo boxer do carioca.

"Eu já venho treinando Karatê há algum tempo," ele disse. "Treinei um pouco no passado com o Vinício Antony daquela vez que lutei contra o Heath Herring (Pride 14). Desta vez eu repeti a dose e treinei muito também com o Jayme Sandall da seleção brasileira. Foi de extrema importância o Jayme estar lá comigo, o Vinicio não pôde estar, e foi isso. Conseguiu acoplar muitas coisas do Karatê no meu jogo. Eu venho treinando também: o Boxe, o Muay Thai, o Jiu-jitsu, o Wrestling – ficou uma boa mistura. Ficou uma junção de Lyoto com Vítor Belfor, aí já viu né?(risos)"

Da técnica bem misturada, um estudo inicial, até uma explosão de socos em seqüência que Vítor desferiu, tudo foi muito bem executado. A expectativa, já tão falada acima, era que dentro do que Vitor apresentou em seu dois últimos combates – nocautes fora do UFC contra Terry Martin e Matt Lindland – poderia se repetir contra Rich. E foi barbada para Vitor alcançar a terceira vitória seguida de forma avassaladora.

"A gente sempre tem uma estratégia, e isso a gente bola bem antes da luta e não sai comentando em tudo que é entrevista," Vitor revela. "O que posso falar agora é que tudo que aconteceu estava no nosso ‘script’, nada daquilo foi uma novidade. Tinha tudo detalhado na mente, mas no decorrer do combate a gente não tem como controlar 100%, é no desenrolar dele que começamos a adaptar o que temos em mente. Desta vez não houve necessidade disso, foi só inserir e executar. Graças a Deus deu tudo certo."

Lutando em uma categoria "catchweight" (peso combinado) no UFC, onde os dois ex-campeões se enfrentaram até 88 quilos (195 libras), Vítor se adaptou muito bem a novidade. Entretanto, como todos sabem, a divisão até 88kg não existe, restando ao fenômeno a opção de pisar mais (93kg) ou menos (84kg) pesado em sua próxima contenda.

"Eu tenho um compromisso com o UFC e, mesmo tendo lutado no ‘catchweight’, meu objetivo neste retorno é um só, o cinturão até 84kg (peso médio) da organização," ele disse. "Minhas últimas lutas foram todas como peso médio, mas sou um contratado do UFC e o que eles pedirem eu farei. Só que deixei bem claro que minha categoria é a dos médios."

Claro como água cristalina em seus objetivos, Vítor aponta em uma direção de (aparentemente) via única, o confronto com o campeão do peso médio Anderson Silva. Cogitadíssimo após a vitória sobre Franklin para enfrentar o imbatível Anderson, Vítor, devido a toda a reputação construída ao longo de seus 13 anos no MMA, não seria um contestável desafiante e sim – pelo que apresentou – um adversário a altura do campeão Anderson. Vítor detalha os prós e contras da situação.

"Tem duas formas de se ver isso. Eu já treinei com o Anderson, o admiro como pessoa e lutador e nosso relacionamento é ótimo, e isso é meio chato." Ele disse sobre a parte ruim para em seguida comentar a boa. "Mas acho que é o sonho de todo o atleta chegar a este nível e poder desafiar. Neste caso eu fico muito feliz também porque é o momento de chegar onde eu sempre quis e isso é fruto de um esforço por tudo que fiz durante o tempo em que luto. Este é o objetivo de um atleta e não tem nada de errado em querer isso. Eu fico contente em ter meu trabalho reconhecido."

"Está tudo nas mãos dos promotores, somos dois trabalhadores profissionais que se respeitam muito e o que for decidido será acatado." Finalizou Vitor.